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Foto do escritorNURI

O nacionalismo argentino e a estatização da YPF


Aparentemente, a atual presidente da Argentina, Christina Kirchner não irá parar de por seu país nas manchetes enquanto estiver em comando. Após liderar uma “guerra de boca” contra o Reino-Unido sobre as questões das Ilhas Malvinas, a presidente agora intriga com outro país: A Espanha.


Há alguns meses Kirchner declarou sua intenção de nacionalizar a YPF, da empresa espanhola Repsol, consolidando sua intenção, nesse mês de abril. Christina Kirchner anunciou a nacionalização de 51% da YPF e enviou ao Congresso um projeto de lei para declarar a empresa como de utilidade pública. ¹

Quando uma empresa é estatizada, ela se torna inteiramente do Estado ao qual foi nacionalizada, entretanto, no caso da petrolífera YPF, a Argentina tomou da Repsol a maior parte das ações de investimento.

A razão dessa decisão, segundo a presidente, é que a Repsol não cumpriu suas promessas de investimento na região, forçando o país a importar uma quantidade alta de hidrocarbonetos e a elevar os preços dos barris de petróleo. A Repsol nega tal acusação com números de investimentos, tais como os 3,4 bilhões de dólares investidos em 2010.


O que Cristina Kirchner vem mostrando ultimamente é uma grande necessidade de reaver o sentimento nacionalista dos argentinos, que vêm levantando questões de posses nesse sentido. O que a presidente e seus conselheiros talvez estejam deixando de notar é que mesmo tendo esse sentimento nacionalista reconquistado, essas ações e medidas podem acabar danificando a economia e a estabilidade do país. A Espanha já vem demostrando isso. O país não tomou como um fato isolado a tomada majoritária da empresa espanhola, mas sim como uma afronta ao país e uma quebra nos laços de cordialidade entre os dois. Devido a isso, já está tomando medidas que retaliem a Argentina.

É de se questionar que se a Argentina tem essa necessidade de nacionalismo, porque a Espanha também não teria? Sendo assim, a opinião pública espanhola poderá vir a boicotar produtos e serviços argentinos, trazendo grandes complicações à economia da última. Há ainda que se ver que, no cenário mundial atual, nenhuma nação está só. Se a Argentina comprar briga com a Espanha, comprará briga com toda a União Europeia, muito provavelmente apoiada pela Inglaterra, que já está balançada com a Argentina devido às questões das Falklands.

Quem pensa que a Argentina apenas se estremeceu com a Repsol devido às questões de petróleo e exploração, se engana.

A presidente ordenou a retirada das concessões de diversas empresas petrolíferas, inclusive a Petrobras. Entretanto, revogou a concessão da última em pouco tempo. A Petrobrás é uma empresa estatal de economia mista, ou seja, uma empresa onde há a colaboração do Estado – maior parte de ações pertence ao Governo Brasileiro – mas também conta com participações de acionistas particulares, estando no segundo lugar no ranking de empresas petrolíferas do mundo.


Porque será que sua concessão foi revogada tão rapidamente? A Junta de Governo Argentino ainda não perdeu o freio e percebeu que se comprar briga com o Brasil poderá comprometer o MERCOSUL e ainda, ficará sozinho no front, já que o Brasil tem a incrível habilidade de colocar panos quentes em situações como essas, muitas vezes sem dar opiniões decisórias, mas aconselhadoras.

Após revogar essa concessão, Kirchner teve uma conversa a portas fechadas com a presidente da Petrobras, Maria Graças Foster. O que se cogita é que a presidente argentina pediu uma ajuda de incentivos e investimentos além de orientação na exploração regional.

As consequências dessas atitudes podem ser desastrosas para a economia, além das causas citadas, pelo medo de investimento de outras empresas e países, que veem se afastando da Argentina devido as ultimas ocorrências envolvendo o país.


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