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Fortalecimento do Setor Cibernético brasileiro: A criação da Escola Nacional de Defesa Cibernética (


Apesar de ainda ser citada em tom futurista, a Guerra Cibernética já é uma realidade e suas capacidades de ataques estão em crescimento acelerado. Uma pesquisa realizada pela Intel Security1 classificou as atuais perdas financeiras desses ataques em torno de U$$ 400 bilhões anuais, sendo que para o Brasil os ataques cibernéticos já equivalem a 0,32% do Produto Interno Bruto (PIB).


De acordo com pesquisas realizadas pelo IBM Center for Applied Insghts2, mais de 80% dos líderes mundiais de segurança digital acreditam que as ameaças cibernéticas estão em larga expansão, sendo que 60% dos entrevistados afirmam também que suas empresas estão desarmadas para enfrentar uma possível guerra cibernética.

Em 2014, o Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil (CERT.br) registrou um total de 1.047.031 incidentes3 de segurança envolvendo redes conectadas à internet brasileira, um aumento de cerca 33% em relação a 2013.

Outra pesquisa realizada pela PWC4 afirma que 117.339 novos incidentes são registrados todos os dias, representando uma perda financeira de 34% em todo o mundo. Essa pesquisa revelou também que 59% dos executivos entrevistados, em nível global, afirmam estarem preocupados com algum tipo de vigilância cibernética dos governos.

O Brasil vem fortalecendo gradativamente o emprego das suas forças no setor cibernético. Primeiro, através da Estratégia Nacional de Defesa (END)5 de 2008, com a definição do setor cibernético, além do espacial e nuclear, como decisivo para a defesa nacional. Segundo, reorganizando as Forças Armadas, de acordo com a Diretriz Ministerial do Ministério da Defesa 14/20096, passando a coordenação do setor cibernético para o Exército Brasileiro (EB). Terceiro, com a criação do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber)7, organização encarregada de desenvolver a capacitação cibernética nos campos industrial e militar, o qual já entrou em ação de grandes eventos como: Rio+20, Jornada Mundial da Juventude, Copa das Confederações, Copa do Mundo e atuando nos Jogos Olímpicos de 2016.

Especialistas no tema apontam outras instituições/organizações, civis ou militares, que historicamente também são importantes na construção do setor cibernético: Conselho de Defesa Nacional (CDN), Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDEN), Casa Civil, Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI/PR), Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Ministério da Defesa (MD), Marinha do Brasil (MB), Força Aérea Brasileira (FAB), Ministério da Justiça e Polícia Federal (PF).

Ainda com o objetivo de fortalecer as capacidades cibernéticas do país, um novo esforço vem sendo realizado desde outubro de 2014, com a criação da Escola Nacional de Defesa Cibernética (ENaDCiber) e do Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), segundo a portaria 2.7778 do Ministério da Defesa, que contará com o exercício militar das três Forças Armadas, sendo estes subordinados ao CDCiber.

O Brasil tem se destacado no desenvolvimento de tecnologias em vários setores, contudo, tratando-se de defesa e segurança da informação ainda somos dependentes de tecnologias estrangeiras. Comparado a outros Estados nacionais ainda há muito a ser feito no Brasil, mas estamos no caminho certo. Essas iniciativas mostram a importância e a preocupação com a condução do tema, tanto em nível público quanto privado.

 

[1]Acessado em 30/04/15, Disponível em <http://computerworld.com.br/os-primeiros-passos-para-um-pais-se-preparar-contraataques-ciberneticos>

[2]Acessado em 02/05/15, Disponível em <http://www-03.ibm.com/press/br/pt/pressrelease/45745.wss>

[3]Acessado em 04/05/15, disponível em <http://www.cert.br/stats/incidentes/>

[4]Acessado em 30/04/15, Disponível em <http://www.pwc.com.br/pt/sala-de-imprensa/assets/press-release/2015/releaseseguranca-cibernetica-gsis2015.pdf>

[5]BRASIL, Decreto nº 6.703, de 18 de dezembro de 2008. Aprova a Estratégia Nacional de Defesa. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 19 de dezembro de 2008.

[6]BRASIL. Ministério da Defesa. Diretriz Ministerial nº 14. Integração e Coordenação dos Setores Estratégicos da Defesa. Brasília, DF, 9 de novembro de 2009.

[7]BRASIL, Exército. Comandante do Exército. Portaria nº 667, de 4 de agosto de 2010. Cria o Centro de Defesa Cibernética do Exército e dá outras providências. Boletim do Exército nº 31. Brasília, DF, 6 de agosto de 2010.

[8]BRASIL, Ministério da Defesa, Portaria Normativa nº 2.777/MD de 27 de outubro de 2014. Dispõe sobre a implantação de medidas visando à potencialização da Defesa Cibernética Nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 28 de outubro de 2014.


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