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Hidrocarbonetos: o trunfo russo


Desde o século XX, em especial durante o período que compreende a chamada Guerra Fria – que se estende do final da Segunda Guerra Mundial (1945) até a extinção da União Soviética (1991) – a Rússia ocupa uma posição de destaque no cenário internacional. Com a dissolução do bloco soviético, no entanto, o país se desestabilizou política e economicamente e perdeu grande parte do seu poder e prestígio internacional.


Uma das maiores riquezas da Federação Russa é constituída pelas suas capacidades energéticas (Petróleo, gás natural, carvão...). Com o “boom” no preço do petróleo e dos hidrocarbonetos, no final da década de 90, o país conseguiu recuperar sua economia, possibilitando a revitalização das suas bases políticas. Junto a estruturas internas mais estáveis, a virada do século inaugura um novo governo. Buscando se ajustar a realidade multipolar, a Federação Russa (comandada por Vladmir Putin) se volta à inserção internacional, traçando novas linhas para a política externa do país. O Objetivo, portanto, era de manter e consolidar a zona de influência sobre as antigas repúblicas soviéticas e recuperar o status do Kremlin no cenário internacional.

A conquista do status enquanto potência mundial passava pela consolidação da posição russa enquanto líder regional. Para isso, vai buscar recuperar sua influência nas antigas repúblicas soviéticas, além de reforçar o domínio geopolítico russo, diminuindo a influência da União Europeia na região. Um dos mecanismos de aproximação russa consiste na exploração dos hidrocarbonetos. O gás natural produzido no país abastece a inúmeros Estados – da Europa as antigas repúblicas soviéticas – os quais dependem quase que inteiramente do produto russo para o seu abastecimento.

Notadamente, a esfera econômica e política são alguns dos pilares que compõe o poder de um Estado e o setor energético possui papel fundamental nestas duas searas. Por ser uma demanda de qualquer país, é um produto importante para o comércio internacional. Desta forma, um país que disponha destes recursos, atrai importante divisas para o Estado, fortalecendo a sua economia. Com isso, reforça uma das instâncias que legitimam o poder estatal. Além disso, sendo as capacidades energéticas uma importante ferramenta geopolítica, permite ao país obter vantagens e influências sobre outros Estados. Para a Rússia, enquanto este setor impulsiona o crescimento econômico do país, permite ainda manter a influência sobre aqueles países que dependem do seu produto. Qualquer instabilidade na relação entre eles, de qualquer escala, afeta diretamente as instância dos Estados que dela dependem. Essa riqueza de matérias-primas energéticas permite a Moscou uma posição privilegiada como player no cenário internacional.

Desta forma, o uso de estratégias geoeconômicas e a exploração de políticas ligadas às matérias primas fortalecem o protagonismo regional da Federação Russa. A geopolítica através do uso das matrizes energéticas vai constituir importante ferramenta para alcançar a ascensão no sistema internacional, objetivo traçado para a política externa, ao representar uma grande vantagem política e econômica nas interações com as ex-repúblicas soviéticas e até mesmo com a própria EU.


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