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A ascensão do BRICS e o desafio à hegemonia econômica ocidental

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  • há 2 dias
  • 14 min de leitura

Por: Luísa Melina e Rebeca Dórea

Introdução


O BRICS, acrônimo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa uma coalizão estratégica de países em desenvolvimento que, nas últimas duas décadas,  destacou-se como um ator relevante no cenário internacional. Inicialmente concebido como um agrupamento econômico com foco na cooperação entre economias emergentes, o BRICS evoluiu para uma plataforma de articulação política e diplomática, buscando promover reformas equitativas e inclusivas do países-membros nas instituições internacionais e a criação de mecanismos próprios para o financiamento e desenvolvimento (BAUMANN, 2010). A emergência desse bloco ocorre em um contexto de contestação à ordem internacional estabelecida, tradicionalmente dominada e influenciada pelas potências ocidentais, especialmente os Estados Unidos e a União Europeia. Essa hegemonia é resultado das políticas financeiras e de comércio internacional estabelecida no Consenso de Washington em 1989.


A proposta do BRICS, apesar de ter foco nesse âmbito, não se restringe à economia.  Pelo contrário, o bloco também tem se posicionado em outras questões como a multipolaridade, a reforma da governança global, a equidade na distribuição internacional de poder, a sustentabilidade e a segurança internacional (BRICS, 2024). Iniciativas como a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) e o estímulo à desdolarização nas transações comerciais entre os membros demonstram um esforço conjunto para estabelecer uma ordem econômica alternativa, menos dependente das instituições ocidentais tradicionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.

A análise da trajetória do BRICS revela tanto seus avanços quanto os desafios internos e externos que limitam sua eficácia. A diversidade política, econômica e cultural entre os países-membros, os interesses geopolíticos divergentes e as tensões com potências hegemônicas dificultam a formulação de uma agenda unificada. Apesar disso, o bloco tem se mantido resiliente e ativo, inclusive com a recente expansão em 2023, que incorporou novos países e ampliou ainda mais sua representatividade global (AGÊNCIA BRASIL, 2023).

Neste sentido, a presente obra propõe-se a examinar criticamente a ascensão do BRICS como uma força alternativa no sistema internacional, explorando seus mecanismos de cooperação, seus instrumentos de contestação à hegemonia econômica ocidental e os obstáculos enfrentados em sua consolidação como agente global de transformação. A discussão parte do pressuposto de que o BRICS constitui não apenas um agrupamento de interesses econômicos, mas também um projeto político de reestruturação da ordem internacional vigente.


Metodologia


A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma abordagem qualitativa, com método descritivo-analítico, utilizando-se da técnica de revisão bibliográfica. Foram consultadas obras acadêmicas, artigos científicos, relatórios institucionais, documentos oficiais e fontes jornalísticas pertinentes ao tema. O estudo também incorpora dados sobre iniciativas econômicas e diplomáticas do bloco, com o objetivo de compreender sua atuação frente às estruturas tradicionais de poder internacional. A análise interpretativa permitiu identificar tendências, estratégias e contradições que envolvem a atuação conjunta dos países-membros do BRICS no cenário global.


Discussão e resultados


1.Contextualização do BRICS


 O bloco econômico e político formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, chamado de BRICS, também relacionado a um acrônimo de "Big Rapidly Industrializing Countries" -Países Grandes que se Industrializavam Rapidamente- tem se tornado um grande ator dentro das dinâmicas de poder econômicas, e através da economia conseguiram alcançar um grande posto dentro das políticas emergentes da governança global. (BAUMANN, 2010).

Criado inicialmente com a proposta vigente de promover uma maior interação entre os países com economias emergentes, o BRICS tem se destacado não só pela sua liderança econômica, mas também pela sua grande influência nas relações diplomáticas e comerciais. A importância do BRICS, dentro do parâmetro e das diretrizes econômicas podem ser analisadas e confirmadas através da quantidade significativa de artigos de resolução e discussão em suas cúpulas, que já resultaram em centenas de artigos deliberativos.

Esse protagonismo crescente do BRICS nas negociações internacionais insere o grupo no debate sobre a governança global, um conceito central para compreender como o poder é exercido no cenário mundial. O termo "governança global" foi desenvolvido pelo Banco Mundial, para descrever atores que possuem uma grande influência dentro do sistema internacional. Considerando todas essas questões, se entende por governança global, não só Estados que comandam o cenário de política econômica e ou armamentista, mas também a cultura.

Segundo o Banco Mundial, em seu documento Governance and Development, de 1992, a definição geral de governança é “o exercício da autoridade, controle, administração, poder de governo”. Precisando melhor, “é a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento”, implicando ainda “a capacidade dos governos de planejar, formular e implementar políticas e cumprir funções”.

 (GONÇALVES, 2005. apud BANCO MUNDIAL, 1992)


Dentro desse contexto de governança global, a diversidade geopolítica e econômica dos membros do BRICS representa tanto um desafio quanto oportunidades. O Brasil, com sua economia baseada em commodities e um setor agrícola robusto, tem se mostrado vulnerável à flutuação nos preços internacionais, mas continua a ser uma grande potência regional na América Latina. A Rússia, com sua forte economia depende de recursos energéticos, especialmente petróleo e gás natural, e apresenta uma influência estratégica considerável, especialmente na Europa e na Ásia Central, onde possui um papel fundamental nas questões geopolíticas. A Índia, com seu mercado interno em rápido crescimento e um setor de tecnologia emergente, oferece um potencial desenvolvimento que se traduz em crescente relevância no cenário global, sendo um dos maiores produtores de tecnologia. Por sua vez, a China tem sido um grande motor de crescimento econômico do bloco, sendo a segunda maior economia mundial, com uma forte presença no comércio internacional e um papel de liderança na reestruturação da ordem economia global, bem como o surgimento de uma nova reestruturação industrial (reindustrialização), tendo o seu país como modelo central, por meio de iniciativas como a Belt and Road Initiative (Rota da Seda). Por último, a África do Sul, do qual apesar da sua economia ser relativamente menos robusta que a dos outros membros, representa a entrada do continente africano no bloco, possuindo uma posição geopoliticamente estratégica, principalmente nas interações com países emergentes da África (CARMO, 2011, pg. 8-11).

Diante disso, o BRICS tem se configurado como uma potencial ameaça às grandes potências que se encontram em declínio no sistema internacional pós-Segunda Guerra Mundial, dentro do parâmetro comercial e atrelado às instituições financeiras, como os Estados Unidos e a União Europeia. O surgimento do BRICS propiciou um aumento significativo na cooperação e nas relações internacionais, exercendo influência não apenas em questões econômicas, mas também em aspectos relacionados ao desenvolvimento, à educação e à segurança, resultando na ascensão do BRICS como um ator proeminente na governança global. (BAUMANN, 2010)



2. Características Econômicas e Geopolíticas dos países do BRICS


Instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio (OMC) foram estruturadas de forma a refletir os interesses e valores das economias desenvolvidas, em especial dos Estados Unidos (SILVA, 2025). A hegemonia econômica ocidental manifesta-se, portanto, por meio de uma posição dominante nas principais arquiteturas financeiras e de comércio internacional. O sistema financeiro global, ancorado no dólar americano, atua como um mecanismo de controle que garante aos EUA uma influência desproporcional sobre as economias globais, sobretudo nos mercados emergentes (GONELLI, 2024). Um exemplo dessa dominação ocorre quando o Federal Reserve —Banco Central dos EUA— eleva suas taxas de juros: tal decisão impacta diretamente o custo de financiamento externo para países em desenvolvimento, podendo desestabilizar moedas, elevar dívidas e limitar a soberania econômica desses Estados (BRASIL 247, 2025).

Nesse contexto, o BRICS surge como um grande bloco que questiona a distribuição desigual de poder, propondo novas alternativas para a governança global e a integração econômica de países em desenvolvimento. A criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), em 2014, é um exemplo claro de como o BRICS visa fornecer financiamento para infraestrutura e projetos de desenvolvimento em mercados emergentes, desafiando o papel tradicional do Banco Mundial e do FMI. 

Além disso, o bloco tem incentivado a redução da dependência do dólar nas transações comerciais entre os países membros, através de discussões estratégicas sobre a implementação de uma nova moeda alternativa ao dólar, que poderá ser usado em acordos e negociações econômicas internas, sistemas de pagamento alternativos, como o Sistema de Pagamento Global do BRICS, que visa aumentar a autonomia econômica do bloco e reduzir a vulnerabilidade às flutuações do mercado financeiro global, o que acarretou em uma grande disputa de poder entre a potência dos Estados Unidos e o grande bloco econômico em ascensão e de possível política emergente, o BRICS. (BAUMANN, 2010)

No âmbito das relações diplomáticas, o BRICS tem adotado uma postura coletiva de defesa da multipolaridade, buscando uma distribuição mais equilibrada de poder nas esferas política e econômica. Tal fator é comprovado pelo fato de que o “Brics é responsável por 24% das trocas comerciais e 39% do PIB mundial. Potência econômica do grupo acentua sua importância como foro de articulação e cooperação por um mundo multipolar e menos desigual”(AGÊNCIA GOV, 2025).

O bloco se posiciona contra intervenções militares e políticas em países soberanos, frequentemente criticando ações de países ocidentais em regiões como o Oriente Médio e a África. Além disso, o BRICS tem defendido a reforma das instituições internacionais, para refletir melhor a crescente importância econômica de países em desenvolvimento. Em questões globais, como a mudança climática e o comércio internacional, o bloco tem se manifestado em favor de soluções equitativas, que considerem as necessidades dos países emergentes, desafiando as abordagens centradas no Ocidente.

Portanto, o BRICS, ao consolidar sua presença na economia global, não apenas desafia a hegemonia econômica ocidental, mas também apresenta uma nova configuração de relações diplomáticas e comerciais, caracterizada pela busca por maior autonomia e uma representação mais equitativa dos países em desenvolvimento nas decisões globais (SILVA, 2025). A diversificação das economias do BRICS e suas estratégias de cooperação, tanto financeiras quanto políticas, sugerem um movimento em direção a um mundo mais multipolar, onde as economias emergentes podem exercer um papel mais significativo na formação da ordem econômica e geopolítica mundial.


3.Desafios à hegemonia econômica e perspectivas futuras para o BRICS


Os membros do BRICS enfrentam diversos desafios com o objetivo de alcançar maior protagonismo econômico global. Entre eles, destacam-se a necessidade de fortalecer a coesão interna do grupo, superar diferenças políticas e estruturais entre os países membros, lidar com a resistência de potências já estabelecidas e adaptar-se às constantes transformações da ordem mundial. Além disso, a ausência de um consenso consolidado entre os países do BRICS em temas políticos e econômicos representa um entrave à formulação e execução de ações coordenadas. (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2025)

A diversidade do grupo composto por economias com diferentes dimensões, como a China e Índia, sistemas políticos e estágios de desenvolvimento, demanda um alto grau de articulação diplomática, a fim de minimizar choques de interesses e promover uma cooperação eficaz. Nesse  contexto, em virtude de sua heterogeneidade entre os membros, a consolidação de uma moeda alternativa exige não apenas estabilidade macroeconômica, mas também o fortalecimento institucional, a harmonização de políticas monetárias e a construção de redes de confiança entre parceiros comerciais. Sem isso, a substituição efetiva do dólar continuará sendo mais um objetivo político do que uma realidade prática (UNIFOR, 2023).

Com o intuito de preservar setores econômicos estratégicos, países como os Estados Unidos mantêm políticas protecionistas de mercado, indo de encontro às práticas do sistema internacional que, em essência, promoviam o liberalismo e diminuição de tarifas comerciais. Entretanto, essas práticas dicotômicas que, em primeiro relance, parecem contraditórias, são fortemente criticadas pelos países-membros do BRICS. Tais resistências dificultam o avanço de negociações comerciais mais amplas e limitam o potencial de inserção global do bloco. Algumas dessas práticas incluem a imposição de tarifas e subsídios à indústria nacional, o que dificulta o acesso dos países emergentes a esses mercados, além de alianças estratégicas para limitar a expansão da influência do bloco. Tais ações podem ser vistas como tentativas de preservar a hegemonia das potências estabelecidas no cenário global, conforme destacado em um estudo do Repositório Institucional da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) (UNIFOR, 2023).

Também é preciso reavaliar e ajustar estratégias dos países membros diante de um cenário internacional cada vez mais incerto, marcado pela instabilidade geopolítica, pelo aumento do protecionismo e pelas rápidas inovações tecnológicas. A guerra entre Rússia e Ucrânia, por exemplo, não apenas afeta diretamente um dos membros do bloco, mas também influencia o comércio global e os fluxos de investimento. Além disso, a aceleração tecnológica, especialmente nas áreas de inteligência artificial, energias renováveis e digitalização, exige que os membros do BRICS invistam mais em pesquisa, infraestrutura e capacitação profissional, para não ficarem à margem da nova economia digital. Esses fatores impõem ao bloco o desafio de se modernizar e agir de forma coordenada para manter sua relevância no sistema internacional. A expansão do BRICS sinaliza um movimento crescente de contestação à predominância das potências desenvolvidas nas discussões geopolíticas globais. (GONÇALVES, 2024 pg 49-75)

No entanto, até o momento, isso não implica que nações como Alemanha, França, Estados Unidos ou Reino Unido perderão sua relevância nessas questões. Desde  2023, o bloco passou a incluir outras nações como Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia,  Irã e Indonésia, passando a representar uma parcela significativa da economia mundial. Esse crescimento no número de membros e seus determinados papéis no comércio internacional aceleraram as discussões sobre a desdolarização e a criação de alternativas ao sistema financeiro global dominado pelo dólar (UNIFOR, 2023).

Em resposta a esses movimentos, o então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de até 100% sobre os produtos dos países do BRICS que tentassem substituir o dólar em suas transações internacionais. Trump exigiu que esses países se comprometessem a não criar ou apoiar uma nova moeda que substituísse o dólar, sob a ameaça de sanções comerciais severas. A Rússia condenou essa postura, argumentando que tais ameaças poderiam, na verdade, acelerar a desvalorização do dólar como moeda de reserva, já que mais países estão optando por usar suas próprias moedas em transações internacionais.(CNN, 2025)

A colaboração dentro do BRICS para otimizar o uso dos recursos financeiros globais pode ser uma solução eficaz para enfrentar esse desafio. Na quarta cúpula do BRICS, em março de 2012, foi orientado aos Ministros das Finanças a avaliar a viabilidade de criar um Novo Banco de Desenvolvimento, com o objetivo de mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável não apenas nos países membros do BRICS, mas também em outras economias emergentes e países em desenvolvimento. Esse banco complementaria os esforços das instituições financeiras multilaterais e regionais já existentes, contribuindo para o crescimento global. Com base no relatório apresentado pelos Ministros das Finanças, foi de satisfação constatar que a criação do Novo Banco de Desenvolvimento foi tanto viável quanto necessária (GONÇALVES, 2024 pg 49-75).

Nos encontros seguintes, foram abordados temas centrais, como a gestão das crises globais e regionais, a reforma das instituições internacionais em busca de uma governança mais inclusiva e sustentável, e o papel crescente do Sul Global no fortalecimento do multilateralismo, pontos debatidos em três painéis principais. Na abertura da reunião de Chanceleres do BRICS de 2025 no Rio de Janeiro, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Mauro Vieira, destacou a posição estratégica única do grupo na promoção do diálogo, ressaltando também a importância da igualdade soberana entre as nações(BRICS, 2025).

Segundo o embaixador Mauro Vieira, o BRICS reconhece os interesses econômicos, de segurança e estratégicos legítimos de cada membro, tanto em suas regiões quanto globalmente. Essa é a nossa contribuição para a distribuição equitativa de poder nas questões globais, essencial para alcançar a paz, o desenvolvimento e a sustentabilidade. Somos defensores da diplomacia em lugar do confronto e da cooperação em vez do unilateralismo.

Este encontro ficou marcado como o primeiro evento oficial dos ministros das Relações Exteriores do BRICS após a expansão do grupo. Considerando a composição inicial que durou 14 anos (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o aumento no número de países e parceiros envolvidos formalmente nas metas de cooperação do Sul Global foi de 300%. (BRICS, 2025). 

        Desse modo, a ideia de utilizar a recente projeção econômica do BRICS para reformar a ordem internacional só se tornou viável devido à visão compartilhada entre os líderes desses países emergentes, que reconhecem as falhas e injustiças da estrutura internacional imposta pelos Estados Unidos e seus aliados. O BRICS, ao se posicionar contra as desigualdades do sistema global, propõe uma alternativa que reflete os interesses dos países em desenvolvimento, buscando uma reconfiguração das normas e instituições internacionais que historicamente favorecem as potências estabelecidas. Assim, a postura do BRICS em relação à ordem internacional é, sem dúvida, uma marca histórica de resistência e de busca por maior equidade nas relações globais (BRICS, 2025).

O BRICS se firma como uma alavanca crescente de transformação no cenário internacional, que não apenas questiona, mas desafia de maneira direta a ordem global vigente. Este bloco de nações emergentes, composto por economias em ascensão, é uma resposta sólida às falhas e desigualdades do sistema internacional, historicamente dominado pelas potências ocidentais, especialmente os Estados Unidos e seus aliados. O bloco, ao unir países com interesses comuns, vislumbra uma reconfiguração do panorama global, baseada em uma visão de cooperação mais ampla, onde a justiça social e a equidade são centrais para a construção de um futuro mais inclusivo (GONÇALVES, 2024 pg 49-75).

Através de uma plataforma de diálogo entre economias em desenvolvimento e a busca pela promoção de um sistema financeiro e político mais equilibrado, os países do Sul Global historicamente marginalizados, começa a receber voz pós criação do BRICS que propõe a substituição de um modelo onde os países mais poderosos impõem suas condições para um novo modelo e assim  e têm voz ativa na formulação de políticas globais. O bloco, ao fortalecer sua projeção econômica, está ampliando suas possibilidades de influenciar decisões importantes em esferas como segurança internacional, sustentabilidade e comércio global.(UNIFOR, 2023)


4.Conclusão


        O BRICS passou a ser visto não somente como um espaço de integração regional, mas também como um ator internacional relevante trazendo protagonismo, dotado de potencial para influenciar a reconfiguração do sistema internacional econômico.

A diversidade interna do grupo, formado por economias com distintos níveis de desenvolvimento, capacidades produtivas e orientações políticas representa, ao mesmo tempo, um desafio e uma vantagem estratégica. Por um lado, pode dificultar consensos e ações coordenadas,  por outro, amplia a visão do bloco ao agregar perspectivas plurais e representar diferentes realidades. Essa pluralidade confere ao BRICS um caráter singular e o posiciona como uma alternativa viável às estruturas financeiras e políticas hoje concentradas em um número reduzido de países desenvolvidos.

  Dessa forma, o BRICS tem se destacado por sua atuação, que contemple a multipolaridade, a justiça econômica e a inclusão de países em desenvolvimento. Ao propor reformas em instituições como o FMI e o Banco Mundial, e ao incentivar na busca de novas alternativas, como o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o bloco demonstra seu compromisso com a construção de uma ordem internacional mais equilibrada. 

       Como um ator estratégico que busca reformular as dinâmicas globais em direção a maior equidade e representatividade. No entanto, suas iniciativas ainda enfrentam limitações e contradições internas que desafiam a coesão e a eficácia do bloco.






REFERÊNCIAS: 

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