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A Importância do Termo "ASG" para a Economia Internacional



Por: Isabela Brito e Melissa Stier


A sigla “ASG” (Ambiental, Social e Governança) faz referência ao comprometimento socioambiental e de governança adotado por empresas. O termo surgiu no ano de 2004 quando, em colaboração com o Banco Mundial, o Pacto Global - iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem o objetivo de estimular empresas a adotarem políticas de responsabilidade social, corporativa e de sustentabilidade - fez uma publicação que ficou conhecida como “Who cares wins”, documento que forneceu diretrizes sobre como incluir fatores ambientais, sociais e de governança no mercado de capitais, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e da cidadania através de lideranças corporativas comprometidas e empreendedoras.


Atualmente, devido a essa crescente atenção, por parte do mercado financeiro, sobre questões de sustentabilidade, a sigla tem ganhado bastante visibilidade. Segundo informações da PwC (PricewaterhouseCoopers), até 2025, 57% dos bens de fundos mútuos da Europa estarão em fundos que levam em consideração os fundamentos ASG, o que configura US$ 8,9 trilhões, no que se refere a 15,1% do fim do ano passado. Além disso, ainda segundo pesquisa realizada pela PwC, nos próximos dois anos, 77% dos investidores institucionais planejam não comprar mais produtos que não atendam aos critérios ASG.


Em vista disso, o conhecimento e aplicabilidade acerca dos ideais ASG pelas empresas, não só brasileiras, mas de todo o mundo tem se tornado cada vez mais real, visto que, tais padrões, aumentam a competitividade desse setor, tanto no mercado interno como no externo; além de serem considerados fundamentais nos momentos de análises de riscos e decisões de investimentos. Uma vez que, indicam solidez, menores custos, melhor imagem e maior resiliência frente às incertezas e vulnerabilidades do mercado, pousando assim, forte pressão sobre o setor corporativo.


Por conseguinte, segundo dados emitidos na Veja, existem cerca de 30 trilhões de dólares na forma de ativos, em fundos que aplicam investimentos somente em empresas com práticas sustentáveis. Esse valor está dividido principalmente entre a Europa e os Estados Unidos. No Brasil, a temática começou a ocupar espaço somente no ano passado. Devido a pandemia da covid-19, a tragédia em Brumadinho envolvendo a Vale, o vazamento de óleo no litoral brasileiro, e o aumento da devastação da Amazônia, as práticas dessas empresas foram ameaçadas e reforçaram a importância de adotar a ASG nos âmbitos empresariais, bancários, de corretoras, e gestoras de investimento.


Segundo um levantamento feito pela Morningstar e pela Capital Reset, fundos ASG, no Brasil, arrecadaram cerca de R $2,5 bilhões em 2020, sendo que a maior parte dessa captação surgiu de fundos criados nos últimos 12 meses. Assim, apesar da escala ter crescido nos últimos meses, ainda representa uma quantia bem menor. Entretanto, deve-se considerar que a tendência é que a ASG amplie-se em escala global nos próximos anos.


Vale ressaltar também, que os critérios ASG apresentam um cenário ganha-ganha em sua adoção. Ao adotar práticas sustentáveis e ecológicas, são beneficiados o meio ambiente, os consumidores, e a população, que consequentemente agrega visibilidade e lucro que promovem as empresas e o mercado.


Entretanto, tendo em vista a popularidade que os investimentos da ASG tem adquirido, e da capacidade de se tornarem grandes negócios aos agentes econômicos, deve-se haver um amadurecimento do tema a fim de evitar a realização de "greenwashing". O termo que pode ser traduzido como “lavagem verde”, corresponde à prática antiética de empresas que promovem discursos sustentáveis, contudo, as medidas adotadas não correspondem ao discurso feito. Essa prática e outros comportamentos, têm conduzido a corrupção de empresas e dispersado os órgãos reguladores.


Em suma, se entendeu que questões de sustentabilidade e mercado financeiro, se complementam e acarretam em melhores resultados para a coletividade. Desse modo, empresas passam a olhar para além do lucro e enxergam uma necessidade social relacionada à adoção de práticas sustentáveis.








Referências


ESG. Pacto Global Rede Brasil. Disponível em: https://www.pactoglobal.org.br/pg/esg. Acesso em: 7 de nov. de 2021


INFOMONEY. O que é ESG e como afeta o mundo dos investimentos. YOUTUBE, 2020. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=pXdHmR6YmZw > Acesso em: 7 de novembro de 2021.


LIVIANU, Roberto, Rodrigo Bertoccelli. ESG: três letras que estão revolucionando o mundo dos negócios. Poder 360, 2021. Disponível em: <https://www.poder360.com.br/opiniao/economia/esg-tres-letras-que-estao-revolucionando-o-mundo-dos-negocios/> Acesso em: 7 de novembro de 2021.


QUEIROZ, Carolina, Cyntia Watanabe. A nova face dos negócios - O impacto do ESG no ambiente empresarial, no consumo e nas finanças. VEJA, 2021 . Disponível em: < https://veja.abril.com.br/insights-list/a-nova-face-dos-negocios-o-impacto-do-esg-no-ambiente-empresarial-no-consumo-e-nas-financas/ > Acesso em: 7 de novembro de 2021.


VOCÊ já ouviu falar em ASG?. Blog BB, 2021. Disponível em: < https://blog.bb.com.br/voce-ja-ouviu-falar-em-asg/ > . Acesso em: 7 de nov. de 2021



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