Por: Laíris Rodrigues e Melissa Stier
A Floresta Amazônica, localizada no norte da América do Sul, abrange, entre diversos estados do noroeste do Brasil, países como o Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa. A Amazônia é vista como a maior floresta tropical úmida do mundo, contendo uma enorme biodiversidade além de, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), abrigar cerca de um quinto do total de água potável do mundo. Em vista disso, a valorização da floresta amazônica e dos seus recursos está ligada a uma maior inserção dessa zona nas redes globais, levando em consideração os interesses econômicos tanto nacionais quanto internacionais de exploração das riquezas naturais e agrícolas da floresta.
Devido a amplitude de recursos disponibilizados pela Amazônia, o interesse em seus bens tem início ainda no século XVII com a atenção de países como Inglaterra, França e Holanda voltadas a esse território e suas riquezas, era desejo dessas nações europeias obter o direito à livre navegação nos rios da Amazônia com o objetivo de ampliar suas rotas comerciais. Apesar da rápida resposta de Portugal, baseada na colonização do território por meio, entre outras coisas, da coleta de produtos naturais e agrícolas, com o passar dos anos, esse bioma diverso continuou a receber a cobiça de várias outras nações que, não apenas buscavam o acesso aos recursos amazônicos, como também a posse e direito de exploração dessa área. Por meio, por exemplo, de projetos como o Projeto dos Grandes Lagos desempenhado pelo Instituto Hudson dos Estados Unidos que visava estender a capacidade de navegação dos rios amazônicos, de modo a facilitar e ampliar as rotas de comércios estadunidenses.
Atualmente, considerando principalmente as atividades agrícolas e pecuárias realizadas na floresta, a região é um importante ponto de comércio da América do Sul, possibilitando relações comerciais com diversos países como Estados Unidos e China, além de vínculos com blocos econômicos como a União Europeia por meio do acordo de livre comércio estabelecido com o Mercosul. A Floresta Amazônica ganha importante destaque no setor econômico dos países que a abrigam por conta das atividades econômicas desempenhadas em seu território, como: extrativismo vegetal e mineral, agropecuária, agroindústria, além da exportação de insumos e produtos manufaturados.
Por conseguinte, considerando o advento da globalização, temas como preservação e desenvolvimento sustentável se tornam cada vez mais pertinentes. Assim, notícias relacionadas ao desmatamento, garimpo ilegal e queimadas na Floresta Amazônica ganham repercussão mundial, se tornando, inclusive, um dos focos da agenda global. A agressão que as atividades ilegais propagam na floresta, impactam não apenas o bioma amazônico, como também empregam consequências diretas nas relações comerciais dentro desse sistema. Desse modo, a atenção voltada à preservação do meio ambiente passa a ter implicações que vão além das sanções políticas, de modo que, negociações comerciais começam adicionar cláusulas específicas de políticas ambientais e desenvolvimento sustentável em seus acordos - como sucedeu nas negociações de livre comércio entre a União Europeia e o Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) - tornando as mesmas, consequências comerciais.
As crescentes queimadas que ocorrem na floresta em decorrência da ação de criminosos e como consequência do desmatamento exacerbado na região, acendem um alerta global a respeito da necessidade de cuidado e proteção com a maior floresta tropical do mundo. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), relatam que em maio de 2021 os focos de queimadas na floresta apresentaram um percentual de aumento de 49% comparado a maio de 2020. Esses números geram preocupação a respeito da sobrevivência e manutenção dessa região, tanto em relação a fauna e flora quanto ao comércio de produtos oriundos dessa região, visto que, o aumento das queimadas impacta não somente o comércio exterior brasileiro mas também complexifica a ultimação de acordos comerciais com outros países. Em face, de uma política ambientalista adotada por muitos Estados, que preza a busca por mercadorias produzidas de maneira sustentável ou menos agressiva ao meio ambiente.
A partir disso, pode-se perceber a influência e o impacto que a preservação, ou não, da Amazônia exerce sobre as relações/acordos de comércio internacional realizados, não só entre os países amazônicos, mas entre diversos Estados do globo.
Texto extremamente necessário nesse contexto politico que vivemos atualmente, se é necessário que tomemos consciência do que acontece ao nosso redor e do impacto que coisas que não damos atenção no dia a dia têm sobre a nossa vida! Parabéns, conteúdo de primeira!