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Análise 19/09 - OMC em Crise: Conflitos Geopolíticos, Cooperação e o Colapso Global - AMUN 2025

  • Foto do escritor: nuriascom
    nuriascom
  • 19 de set.
  • 4 min de leitura

Por: Felipe Reis, Jéssica Alves, Luan Silva e Mariana Campos


A delegação brasileira iniciou os debates na OMC com uma postura diplomática, buscando assumir o papel de mediador, reconhecendo os avanços da sessão anterior e reafirmando seu compromisso com o diálogo. O Brasil abriu a discussão com uma proposta focada no fortalecimento do BRICS, destacando a importância da inclusão de países em desenvolvimento nas redes globais de comércio e inovação tecnológica. A delegação russa alinhou-se à proposta, reforçando sua posição contra os monopólios no cenário global e destacando a importância de romper com a concentração de poder econômico.

A delegação japonesa, por sua vez, fez uma intervenção crucial, trazendo à tona a necessidade de discutir a justiça e a responsabilização no comércio digital, especialmente em relação aos crimes cibernéticos. Citando a analogia de um crime na França, o delegado japonês afirmou: “Se alguém comete um crime na França, é esperado que ele pague por esse crime”, ressaltando a falta de mecanismos efetivos para combater a impunidade no comércio digital global.

A Coreia do Sul também se destacou ao parabenizar as delegações pela boa disposição no diálogo, reafirmando seu compromisso com a cooperação internacional, especialmente com os programas de inclusão social, como os investimentos em educação e inclusão digital.

No entanto, a delegação canadense, embora alinhada ao espírito de cooperação, introduziu uma questão importante: a transparência. Argumentaram que, sem uma base sólida de confiança mútua, qualquer tentativa de cooperação entre nações estaria fadada ao fracasso. Essa chamada à transparência fez com que o debate se intensificasse, especialmente após a intervenção da delegação francesa.

A França, em uma tentativa estratégica de acelerar o debate, afirmou que não havia fundamentos suficientes para redigir um documento final do comitê, pois as discussões ainda estavam em andamento. O delegado brasileiro, por sua vez, defendeu que o futuro do comércio global deveria ser moldado pela cooperação internacional, incentivando a inovação tecnológica de forma mais inclusiva e combatendo a monopolização do mercado por um pequeno grupo de países dominantes.


EUA: Um Papel de Observador ou Nova Estratégia?


Em um movimento inesperado, a delegação dos Estados Unidos, historicamente vista como líder da OMC, se manteve à margem, apenas observando os debates. Isso gerou especulações sobre se os EUA estavam adotando uma nova abordagem para as discussões comerciais ou se estavam aguardando para se posicionar de acordo com os desdobramentos. Essa postura distante levantou questões sobre o futuro da hegemonia global dos EUA, especialmente no campo do comércio digital e da inovação tecnológica.

Conflito Direto Brasil-França

A tensão atingiu seu pico durante um confronto direto entre as delegações do Brasil e da França. O Brasil criticou a França por sua postura sobre o que foi chamado de “nova ordem mundial” representada pelo BRICS, sugerindo que o bloco econômico estava excluindo países em desenvolvimento das discussões sobre o futuro do comércio. A delegação brasileira, em uma provocação clara, questionou: “Por que não incluir países em desenvolvimento, que já estão sendo marginalizados?”

A delegação francesa respondeu defendendo sua iniciativa "France Relance", uma estratégia de capacitação e intercâmbio, mas a delegação brasileira continuou argumentando que, apesar das boas intenções, havia exclusão de países em várias regiões do mundo, especialmente na África e América Latina.


A Turquia e a Busca por Colaboração Internacional


A delegação turca se destacou como um facilitador, oferecendo apoio em áreas de inteligência artificial (IA) e cooperação técnica para países com menos infraestrutura. Além disso, se comprometeu a receber intercambistas em seu território, reforçando a ideia de que o desenvolvimento de nações em dificuldades deve ser visto como um esforço coletivo.

Rússia e o Apelo aos Países Subdesenvolvidos

Em um discurso carregado de emoção, a delegação russa destacou a situação crítica dos países subdesenvolvidos e propôs a criação de um fundo global para apoiar as economias em dificuldades. A Rússia sugeriu ainda um compromisso das grandes potências, como os EUA e a União Europeia, em fornecer recursos e capacitação técnica para esses países.


Crise Imprévisível: A Tempestade Solar e o Colapso Global


A situação tomou um rumo inesperado quando uma tempestade solar de alta intensidade atingiu a Terra, causando um colapso global nas comunicações e afetando 70% dos países, principalmente na África e América Latina. A falta de conectividade intensificou a necessidade de um esforço conjunto para a resolução da crise, forçando a unificação entre os comitês.

Nesse contexto de caos, surgiram denúncias de violações de direitos humanos em várias fronteiras, com a Rússia e o Brasil sendo acusados de práticas como deslocamento forçado, lei marcial e censura total. O assassinato do secretário-geral da ONU, por envenenamento, gerou ainda mais insegurança, e as delegações ficaram divididas sobre como reagir. A ausência de um alinhamento claro entre os países dificultou a busca por soluções rápidas.


Plano de Resolução: Cooperação e Redirecionamento de Fundos


Diante do colapso da infraestrutura e das tensões geopolíticas, a delegação alemã apresentou um plano de resolução conjunta, que visava redirecionar fundos de investimentos tecnológicos para países severamente afetados. A Alemanha se comprometeu a apoiar a África, a Coreia do Sul e o Japão colaboraram para o Oriente Médio, e Brasil e Chile redirecionaram recursos do Mercosul para os países da América Latina.


Denúncias e Conflitos em Meio ao Esforço Diplomático


Durante a crise, o México tentou manter uma postura neutra, tratando as acusações contra os EUA como meras alegações, pedindo que fossem resolvidas conforme as leis internacionais. Enquanto isso, os EUA, em tom irônico, parabenizaram o comitê pela “quase resolução” da crise, sugerindo cursos gratuitos oferecidos pelas universidades americanas. O Brasil, por sua vez, agradeceu pela cooperação entre as nações, destacando que sua presença militar nas fronteiras era uma medida de defesa nacional e não uma ameaça.


Tensão, Diplomacia e Soluções Emergentes


A sessão seguiu marcada por tensões e desentendimentos, mas também por uma esforçada colaboração internacional. A delegação brasileira, com ironia, provocou os delegados japoneses sobre suas atitudes contraditórias, o que inflou ainda mais o debate. O México criticou o tom agressivo da delegação brasileira, enquanto a delegação japonesa defendeu que a postura do Brasil visava desviar o foco do debate.

Apesar das críticas e das diferenças, o comitê finalmente entregou um documento de resolução, evidenciando que, mesmo com os conflitos geopolíticos, havia espaço para um entendimento diplomático e para a construção de soluções em conjunto. O processo foi longo e tumultuado, mas o esforço conjunto das delegações, mesmo com suas diferenças, provou que o diálogo e a colaboração podem prevalecer, mesmo diante das crises mais desafiadoras.

 
 
 

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