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OBSERVATÓRIO

Análise da Primeira Sessão do Comitê de Direitos Humanos da AMUN

Por Ana Karoline Couto, Felipe Reis e Rebeca Fonseca


Nesta quinta-feira, 14 de setembro, iniciou-se a 2ª edição da Amado Model United Nations - AMUN -, simulação das Nações Unidas organizada e dirigida pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão em Relações Internacionais e pelos estudantes de Relações Internacionais do Centro Universitário Jorge Amado, que conta ainda com a participação de alunos de outras instituições de Salvador. A primeira sessão do Comitê de Direitos Humanos (CDH) contou com a leitura da agenda proposta pela excelentíssima mesa, possuindo 5 temas a serem debatidos. Pode-se dizer que os delegados sofreram para dar início ao debate, se é que existiu realmente um debate sobre os temas da agenda, se me permitem dizer. 

A sessão começa oficialmente com o discurso inicial da delegação brasileira, que oferece o pano de fundo para diferentes tópicos a serem considerados nas apresentações dos países. A Rússia, por exemplo, exalta sua importância na questão alimentícia,porém é raso em sua colocação. Em contraponto, a Ucrânia, discordando do discurso russo acerca da preocupação deste com a erradicação da fome e da escravidão moderna no mundo, afirma que os impactos da guerra não apenas tiram aquilo que é necessário para subsistência da população e prejudicam a cadeia global de alimentos, como também instalam um cenário de migração forçada, o que por consequência, acaba por nutrir a existência e continuidade de redes criminosas e de um sistema em que mais vale a mão de obra barata e lucro excessivo do que a promoção de direitos humanos.

Dando continuidade à troca de farpas, México comenta sobre como apesar de sofrer com intensos conflitos internos, sua população não encontra refúgio fora de suas fronteiras, mencionando de forma enfática as recusas estadunidenses em oferecer apoio diante de tal conjuntura. Este, mesmo não estando presente foi citado em diversas falas, inclusive naquelas que questionam a negligência expressada pelo não comparecimento em uma assembleia cuja pauta é de extremo interesse para toda a comunidade internacional que sofre com o efeito dominó de dadas problemáticas. A Turquia, por sua vez, menciona um preconceito contra países emergentes, e contesta o sistema atual e assim, a Argentina ressalta que, todos os produtos atuais podem ter sido confeccionados através de mão de obra escrava, como o chocolate - o que causa um certo incômodo com a fala-, França era a  escolhida como a última a fazer seu discurso inicial, mas essa posição foi deixada para o Kuwait, que não estava na lista de oradores e foi adicionado após questionar a mesa se o motivo de não estar na lista era movido a um caso de xenofobia e preconceito contra a delegação. Ao longo do debate, tivemos alguns confrontos entre as delegações, havia uma movimentação de diversas nações para uma formação de alianças, como o Reino Unido, Turquia e Emirados Árabes Unidos, houve também a intenção de estender um convite a Rússia e a China, entretanto, não o fizeram por conta da política externa de alguns membros. Mas, devemos dar destaque a delegação Venezuelana que por mais que os Estados Unidos não estivesse presente, demonstrou grande insatisfação ao declarar que nação era apenas usada pelo país.

Outra coisa possível de perceber foi a inquietação dos países árabes e latinos com o pouco aproveitamento do tempo que lhes era concedido pela digníssima mesa. O Afeganistão, por exemplo, usou de seu tempo para pedir aos demais delegados que começassem a falar ou atacar. Somando a estes fatos, na ausência da delegação estadunidense, recaiu sobre o Reino Unido os ataques previamente destinados à sua antiga colônia, fazendo com que este se exaltasse diante da gama de acusações que sofria, levando a delegação a solicitar, diante das demais nações presentes, que deixem o seu passado colonizador fosse deixado para trás - até por que quem vive de passado é museu, não é mesmo?-. Ainda neste contexto de ânimos elevados, Emirados Árabes Unidos também abre mão da sutileza frente à hipocrisia da China e Rússia, expressando que todos os países têm sua parcela de culpa no processo, o que acabou por dar sequência a uma nova série de bombardeios verbais.

No fim, as delegações presentes não conseguiram chegar a um consenso, e, assim, acabaram por usar  todo o seu tempo para discutir qual dos países tem a pior maneira de lidar com os problemas, e em momento algum foi apontado uma solução para a resolução dos mesmos, e devido ao precioso tempo perdido,  não houveram mais chances para apresentar uma proposta para sequer um dos temas que deveriam ter sido discutidos.


E assim, concluímos esta análise do nosso inaugural dia na Assembleia Geral da Amado Model United Nations (AMUN), aguardando ansiosamente vê-los novamente amanhã. Tal como todos os leitores, esta escritora espera que o cenário se torne mais cativante, proporcionando-nos uma análise ainda mais abrangente e aprimorada no próximo dia. Afinal, quem não aprecia um pouco de intrigas internacionais, não é verdade?

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1 comentario


Gessy Lima
Gessy Lima
15 sept 2023

MORDAAAZ!


Ansiosa para ver o desenrolar do segundo dia e analisar se as criticas presentes surtiram algum efeito nos delegados. Mal posso esperar!

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