Por: Grenda Raileon e Isabelle Neves
O segundo dia no comitê de negociação foi marcado pelo momento das criações de alianças entre os representantes das empresas. Foi um dia repleto de insights e observações valiosas, onde ficou evidente o compromisso de algumas empresas em fechar acordos que transcendem os interesses puramente comerciais.( aparentemente alguns entenderam o recadinho que deixamos sobre a importância de seguir o tema).
Desde o início, ficou claro que as empresas tinham dificuldades em falar sobre lucro e desenvolvimento socioeconômico, especialmente quando estão à frente de três grandes investidores. As dificuldades se davam principalmente por não conseguirem chegar em um acordo na qual as empresas envolvidas conseguissem ter uma boa margem de lucro ou porque as empresas não conseguiam “harmonizar” as trocas de serviços entre elas e o social.
Apesar das dificuldades, todas as empresas conseguiram fechar algum tipo de acordo, seja diretamente com os investidores, ou bilaterais. Nessa “corrida” por uma aprovação, notou-se um desespero dos delegados para não sair “de mão abanando” do comitê, desespero esse que em algumas ocasiões promoveram situações de incertezas e a perda de negócios lucrativos, que com a atenção adequada às levaria a uma solução muito mais rápida. Um exemplo claro que tivemos foi a representante da Natura, a qual não esclareceu o nome da linha de produtos específicos em seu pitche, que enfrentou dificuldades na tentativa de venda de 50% de sua empresa para a Unilever do projeto Safe Study - aquele que a gente elogiou ontem, lembram?
Bom, a venda não ocorreu por conta das desavenças dos valores propostos. Enquanto a representante da Natura tentou vender sua empresa por 40 bilhões de reais, a Unilever queria comprar por 40 milhões( foi difícil entendermos qual era o real valor). Para sermos sinceros, a proposta do projeto não estava alinhada com os interesses e objetivos reais da empresa, parecia mesmo uma necessidade de criar acordos. Além do mais, a outra delegada da Natura, do projeto ECO, reafirmou o que todos os analistas observaram “a natura tem uma rentabilidade de 10M ao ano, não seria um acordo viável essa venda”
A título de empresas que fecharam acordo dentro da temática proposta, tem-se como exemplo a Tech Luminares que negociou um bom acordo, onde o seu investidor teria o ganho de 40% da empresa por 25 milhões de dólares, investidos na replicação de tecnologia para dessalinização da água, atuando na África do Sul.
Outro exemplo seria a Unilever, com o projeto Diamond, que desenvolveu uma Joint Venture em conjunto ao representante da empresa Patagonia para produzir e fornecer alimentos mais baratos no país sul-africano, e onde 50% dos funcionários seriam locais como medida de diminuição da extrema pobreza. Esse projeto recebeu um investimento de 35 milhões de dólares por 20% do lucro por parte de um dos três investidores.
Já que falamos de Joint Venture, não podemos deixar de citar a Joanesburgo Eduhub, que tem como fundadores as empresas: Pearson (dona de 38,1%) Dow química (38,1%) Cogna (23,8%) e que teria como objetivo principal o desenvolvimento de uma educação de qualidade para o país, além de, democratizar o acesso das pessoas à escolaridade através de um programa onde será oferecido até 50% de bolsa para os alunos. Essa empresa teve bastante visibilidade, e chamou atenção de investidores como, por exemplo, Sara Carneiro que, inclusive, investiu 40 milhões de dólares por 44% do lucro da empresa e das responsabilidades do negócio. Ademais, algumas empresas como a Microsoft, Liveware, Johnson & Johnson e a Wink Face mostraram interesse em investir no projeto, porém, não foi possível entender exatamente seus papéis como investidores e se realmente estariam focados no tema do comitê. Por fim, esperamos que amanhã seja apresentada uma proposta a qual fique clara o real interesse dessa Joint Venture.
Seguindo com a análise, outro ponto que não podemos deixar de citar foram as empresas acomodadas na temática, como a Mundo Melhor que claramente estava apenas voltada pro lucro, visto que, a mesma vendeu um único projeto de construção de um hotel na cidade de Joanesburgo e não seguiu com propostas para o desenvolvimento socioeconômico, mediante a fala da própria representante da entidade que afirmou não ter desejo de firmar novos acordos. Sendo assim, apesar do descomprometimento de algumas empresas tanto com o tema quanto com as negociações, podemos dizer que o segundo dia de rodada de negócios teve grandes sucessos.
Finalizando, estima-se que amanhã serão entregues os contratos com os projetos e investimentos devidamente organizados e planejados. Dessa forma, é esperada a apresentação de grandes projetos e parcerias formadas ao longo desses dias que de fato são inovadoras e trazem benefícios socioeconômicos para o país da África do Sul. Além disso, foi de grande felicidade perceber a melhora na atenção ao tema e na proposta de algumas empresas promissoras em relação ao que foi apresentado no primeiro dia.
Obrigada pelo tempo de vocês :)
Até amanhã, delegados.
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