O canal de Suez, localizado no Egito, é uma hidrovia artificial que foi criada com o intuito de ligar o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho e se originou por consequência do crescimento comercial entre os continentes europeu e asiático. A passagem tem grande importância para o comércio global uma vez que embarcações vindas desses continentes, que anteriormente tinham que contornar a África para chegar ao seu destino, agora utilizam o canal, economizando assim, tempo e dinheiro.
A hidrovia de 193 quilômetros teve sua criação iniciada ainda no reinado do faraó Sesóstris III, há mais de 3 mil anos, entretanto, diante de diversos contratempos ela não foi finalizada, tendo sua conclusão de fato somente em 1869, com a idealização do diplomata francês Ferdinand de Lesseps e financiamento da coroa inglesa. Desde então, o canal figura como a principal rota marítima do globo, sendo responsável, segundo a Autoridade do Canal de Suez (ACS), por cerca de 12% de todas as mercadorias transportadas no mundo, servindo milhares de embarcações anualmente. A partir daí, se pode ter uma breve ideia das consequências do entrave do canal, causado pelo Ever Given.
O acidente ocasionado por uma possível falha técnica resultou no encalhamento do navio cargueiro Ever Given - que tem aproximadamente, o comprimento do Empire State Building de Nova Iorque - ocorreu no dia 23 de março de 2021 e acarretou no bloqueio do canal de Suez durante 6 dias. Interrompendo assim, parte do tráfego entre a Ásia e a Europa e levando à paralisação de mais de 400 navios que estavam esperando para poder passar pela hidrovia. Desse modo, impossibilitou a passagem de cerca de US$10 bilhões de mercadorias por dia, representadas inclusive por cargas vivas.
Cada dia que se passou gerou prejuízo para as empresas e países cujo comércio teve de ser suspenso pelo engarrafamento. Em vista disso, o acidente pode dificultar o abastecimento da cadeia global de suprimentos, provocando assim, o aumento dos preços das mercadorias por conta de uma baixa da oferta e também como meio de repassar os custos, obtidos pelo acidente, para os consumidores.
A exemplo prático, no dia 24 de março, por conta das incertezas geradas, tal consequência pôde ser percebida no aumento dos preços mundiais do petróleo, uma vez que inúmeros navios que estavam transportando combustível faziam parte da frota de embarcações que estavam paradas na “fila de Suez”. Em suma, se espera que as consequências ocasionadas possam se normalizar dentro de algumas semanas, ou até mesmo meses.
REFERÊNCIAS
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https://www.cafehistoria.com.br/cavado-no-deserto-uma-historia-do-canal-do-suez. Acesso em : 05 de abr. de 2021
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