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Géssica Lima / OBSERVATÓRIO

As Fake News e sua cumplicidade com as mídias sociais.


CEO’S de plataformas mundiais são chamados para depor


No último dia 25/03, Mark Zuckerberg (Facebook), Jack Dorsey (Twitter) e Sundar Pichai (Google) foram convocados ao capitólio americano pelo Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos EUA para falar a respeito de como combater a disseminação de notícias e informações falsas nas suas plataformas digitais.

Os problemas com as fake news - notícias falsas - com o intuito de interferir negativamente em vários setores da sociedade, como política, saúde e segurança - acometem o mundo digital a bastante tempo, entretanto este termo só ficou mundialmente conhecido em 2016 durante a campanha eleitoral do EUA, Donald Trump contra Hillary Clinton. Quando eleitores do ex-presidente Trump usaram as mídias sociais (Facebook, Instagram, Twitter, Google, WhatsApp, dentre outras) para compartilhar informações falsas sobre a então candidata do Partido Democrata à presidência, Hillary Clinton. A força dessas notícias falsas fez com que muitos eleitores norte-americanos ficassem receosos com uma possível liderança democrata, o que impulsionou a eleição de Donald Trump.

A sessão com Zuckerberg, Dorsey e Pichai - que durou cinco horas e ocorreu por vídeo chamada, por conta da pandemia do coronavírus - teve como tema a desinformação que ocorre nas redes sociais, com ênfase a acontecimento recentes, tais quais o ataque que houve no capitólio em janeiro desse mesmo ano, que resultou em cinco mortes e mais de trezentas pessoas indiciadas.

A audiência foi presidida por Myke F. Doyle - representante do Distrito Congressional da Pensilvânia, democrata - que instruiu os CEOs a que respondessem suas perguntas apenas com “sim ou não", no que diz respeito à contribuição das respectivas plataformas em relação à temática em pauta.

Os CEO´s assumiram que as suas companhias desempenharam papel fundamental ao ataque, já que os simpatizantes de Trump se reuniram primeiramente através de conversas no Facebook, Twitter e Youtube - que pertence à rede Google - para organizar o ataque ao Congresso, após a aprovação da vitória de Joe Biden contra o agora ex-presidente Trump.

O que ocorreu foi que durante semanas Donald Trump utilizou as redes sociais para apontar uma suposta fraude eleitoral, o que gerou fúria por parte dos seus eleitores que afirmavam que os Democratas - partido de Joe Biden - tinham fraudado a eleição.

Mark Zuckeberg disse em seu depoimento prévio a respeito do dia 06 de janeiro - data em que ocorreu o atentado - que: "O ataque ao Capitólio foi um ataque horrível aos nossos valores e à nossa democracia e o Facebook está empenhado em ajudar na aplicação da lei e a levar os extremistas à justiça".

O CEO do Twitter acrescentou ainda que "[...] também é preciso levar em conta o ecossistema em geral. Não se trata apenas dos sistemas tecnológicos que utilizamos” (Antonia Laborde, El País, 25 de mar. de 2021). Vale ressaltar que após o ataque, tanto o Facebook quanto o Twitter silenciaram Trump, desativando a sua conta.

Além do ataque, outros temas como bullying, racismo, discursos de ódio e uso das plataformas por crianças também foram discutidos e Mark Zuckerberg afirmou que: "O Facebook faz mais para lidar com a desinformação do que qualquer outra empresa" (Antonia Laborde, El País, 25 de mar. de 2021).

Foram propostos projetos de regulamentação para as plataformas, para que situações como as disseminações das fake news, organizações que promovem discursos de ódio e todos os problemas já citados nesse artigo não voltem a se repetir. Sundar Pichai - Google - interveio pela lei: “A Seção 230 permite que as empresas tomem medidas decisivas contra a desinformação contra a desinformação nociva e se mantenham atualizadas sobre os maus atores que trabalham duro para contornar certas políticas”.

A audiência foi estrategicamente planejada, já que a Câmara e o Senado estão planejando implementar leis que delimitam o poder das mídias sociais e, caso aprovadas, tornará mais rígida a regulamentação das plataformas para que essas assumam a responsabilidade legal e dessa forma haja transparência por parte das empresas de tecnologia. Zuckerberg (Facebook) acredita que a lei precisa passar por uma reforma que permita a imunidade apenas de empresas que cumprem com as práticas corretas para eliminação de conteúdo danoso.






Referências Bibliográficas

CEO do Twitter assume responsabilidade por papel na invasão do Capitólio; Facebook e Google se esquivam, O Globo, 26 de mar. de 2021. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/mundo/ceo-do-twitter-assume-responsabilidade-por-papel-na-invasao-do-capitolio-facebook-google-se-esquivam-24942998> . Acesso em: 26 de mar. de 2021.

FUNG, Brian. CEOs do Facebook, Twitter e Google vão ao Capitólio depor sobre desinformação. CNN Business, CNN, 25 de mar.. de 2021.

Disponível em: <https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/2021/03/25/ceos-do-facebook-twitter-e-google-vao-ao-congresso-depor-sobre-desinformacao>. Acesso em: 25 de mar. de 2021.

Google, Facebook e Twitter admitem ao Congresso dos EUA que desempenharam papel no ataque ao Capitólio, 25 de mar. de 2021. Disponível em: <https://brasil.elpais.com/internacional/2021-03-26/google-facebook-e-twitter-admitem-ao-congresso-que-desempenharam-um-papel-no-ataque-ao-capitolio.html> . Acesso em: 25 de mar. de 2021.

Mark Zuckerberg ducks question about warnings from inside Facebook on polarization, divisiveness, The Washington Post, 25 de mar. de 2021. Disponível em: <https://www.washingtonpost.com/video/technology/mark-zuckerberg-ducks-question-about-warnings-from-inside-facebook-on-polarization-divisiveness/2021/03/25/ffdf4c76-220c-4288-b8dc-f92b5b5b4848_video.html> . Acesso em: 26 de mar. de 2021.

Mark Zuckerberg still won’t address the root cause of Facebook' s misinformation problem, MIT Thecnology Review, 25 de mar. de 2021. Disponível em: <https://www.technologyreview.com/2021/03/25/1021293/mark-zuckerberg-root-cause-facebook-misinformation/> . Acesso em: 26 de mar. de 2021.

Nos EUA, ceos de tecnologia sao sabatinados, Estadao Epoca Negocios, 26 de mar. de 2021. Disponível em:<https://epocanegocios.globo.com/estadao/noticia/2021/03/epoca-negocios-nos-eua-ceos-de-tecnologia-sao-sabatinados.html> . Acesso em: 26 de mar. de 2021.



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