top of page
OBSERVATÓRIO

O Caos Não Tão Diplomático - Análise do Segundo Dia da ONU Mulheres

Por: Carlos da Hora, Géssica Lima, Iasmin Cardoso, Lívia Alves e Natália Meira.


Antes de darmos início a mais uma análise extremamente verídica e bastante detalhada dos ocorridos do dia, nos sentimos na obrigação de vir aqui falar um pouco para vocês leitores sobre qual o trabalho e os deveres da imprensa, executados por nós, Analistas Internacionais.


Em primeiro lugar, a imprensa desempenha o papel crucial de ser o "quarto poder" em uma democracia, servindo como um contrapeso aos outros três poderes, a sociedade civil e corporativa. As críticas da imprensa são essenciais para manter os mencionados pela mesma, em seus textos e reportagens, responsáveis e transparentes.


Além disso, as críticas da imprensa ajudam a melhorar a qualidade do analisado em si. No caso das nossas análises quanto a AMUN, quando delegados e organização são submetidos a análises rigorosas e questionamentos, são incentivados a aprimorar suas habilidades de execução, comportamento e desempenho. Isso resulta em uma experiência mais responsável, precisa e completa para todos.


Deste modo, mesmo que nossas críticas tenham sido duras, foram sinceras e precisas, assim, não pediremos desculpa por nada dito anteriormente e seguiremos trazendo um trabalho imparcial e honesto. Aos que gostaram do texto anterior, bom, prometemos que esse aqui será tão interessante e completo quanto o último, aos que não gostaram, sentimos muitíssimo, mas é assim que funciona a liberdade de expressão, correto? Bom, sem mais delongas, vamos partir para o que verdadeiramente interessa, vocês querem saber como foi o segundo dia de sessão do ONU Mulheres na Amado Model United Nations?


O segundo dia começou com uma grande surpresa para nós, espectadores da simulação: os delegados ainda não haviam chegado a um consenso e, portanto, não produziram nenhum documento durante a tarde e a noite do dia anterior. Partindo desse ponto, os discursos de abertura foram apenas sobre como era importante focar na produção do documento e se ater ao cronograma, mas, como, aparentemente, nada mudou de um dia para o outro, não passou disso: falas repetitivas e sem resultado, apenas ressaltando o que deveriam fazer, porém, sem efetivamente decidir nada. Tornou-se evidente que a tensão e o nervosismo advindos do fato de nada ter sido enviado e, muito menos aprovado, influenciou no temperamento de diversos delegados o que resultou em alfinetadas, aumento de tom de voz, batidas nas mesas e falas repetidas inúmeras vezes.


Após os discursos iniciais, a Mesa apresentou um documento oficial da ONU MULHERES, todavia, mesmo após isto, não pareceu que os delegados se tocaram da necessidade e urgência de, precisamente, discutir e resolver as problemáticas principais deste Comitê, já que, quase que instantaneamente, entraram com uma moção de debate não moderado (que, a exemplo do dia anterior, eles já deveriam ter percebido que não iria levar a lugar algum), sendo negado pela excelentíssima Mesa, sempre muito sensata em suas decisões. A delegação do Afeganistão continuou com seu discurso de base irônica e provocante em relação à delegação dos Estados Unidos, afirmando o passado imperialista do país e evidenciando a hipocrisia do mesmo, que, logo em seguida, fez, em seu direito de resposta, um breve comentário sobre a falta de autocrítica do delegado afegão, dessa forma, demonstrando que ambos não estavam preocupados em discutir o que precisava ser discutido e sim, em alfinetar um ao outro.


Para tentar salvar a simulação das discussões sem fim e propósito, a Mesa apresenta um vídeo em que um homem aparece afirmando que só consegue perceber mentiras e falácias decorrente dos delegados e, também, questiona se os mesmos não sabem fazer o trabalho para o qual foram designados. Indireta bem direta, né? Novamente, pela milésima vez, iniciam-se controvérsias que nada tange às problemáticas da agenda: Ucrânia questionando Venezuela sobre as situações do país, Venezuela afirmando que o que acontece em sua nação, é de interesse de sua nação, Grécia respondendo o Irã com um atraso de vinte e quatro horas e o Irã ganhando o direito de resposta apenas para falar baixo e não conseguir ser escutada. Mais uma vez, a fim de tentar gerar um debate realmente frutífero, a Mesa apresenta um segundo vídeo, juntamente com um documento que apresenta países financiadores do tráfico de meninas e mulheres no Marrocos, dentre eles, a Rússia, que foi, praticamente, o único e grande foco do resto dos delegados, o Brasil e o Irã. Após todas essas revelações, uma crise foi anunciada pela Mesa e o caos se instaurou na simulação.



Para quem gosta de briga e fofoca, chegou o momento! A moção de debate não moderado foi aprovada e deu-se início à sessão de gritaria e apontação de dedo na cara. O delegado de Moçambique é o primeiro a se pronunciar, afirmando que o que foi revelado era um absurdo, que este financiamento vindo da Rússia não poderia passar em branco e impune, então, a representante da Federação Russa afirma que, enquanto o senhor delegado não abaixasse o tom de voz, ela não iria dialogar e, também, pede comprovação das acusações que lhe foram sofridas.


Sem perder tempo, a Anistia Internacional se coloca na briga e questiona se a delegada da Rússia estava insinuando que a Mesa havia passado informações falsas e, a fim de solucionar o problema, sugere que a Interpol faça uma investigação no país acusado. A delegação russa, em contraponto, logo afirma que a mesma não possui jurisdição para aprovar tal investigação e que o correto seria entrar com um pedido formal para o Conselho de Segurança das Nações Unidas. Essa breve explicação causou muita dor de cabeça à delegada, já que precisou explicar e repetir inúmeras vezes a mesma coisa, já que seus colegas de simulação entenderam que ela estava se recusando a cooperar com as investigações e insistiam nisso, ao invés de darem, efetivamente, uma solução.


Seguindo o conselho da Mesa, os delegados aprovaram outro tipo de debate, já que o não moderado estava surtindo efeito algum. Dando início ao debate moderado, a delegada da Armênia pede que sejam secadas as gritarias por conta do caso, visto que, “Nenhuma nação aqui presente está isenta de casos de tráficos em sua história, então devemos focar na resolução de nossos documentos e não na notícia agora divulgada” palavras da delegada, que aparentemente não acreditava ser relevante discutir o caso atual. O delegado da Ucrânia afirma que soluções precisam ser apresentadas e sugere a criação de um fundo monetário e é embasado pela delegação do México, que, além disso, também sugere que este fundo seja destinado à mulheres que são vítimas do tráfico humano. Parece que está ficando promissor, não é? Aí vocês se enganam! Novamente, os delegados se perdem, preocupados em trocar farpas e, portanto, a sessão se encerra sem documento finalizado, em crise e sem pauta alguma da agenda debatida.


Na quarta sessão as discussões fugiram, novamente, da agenda. O delegado do Afeganistão começou desapontado com a desconfiança dos delegados em seu poder e disse "não existe problema algum na minha gloriosa nação". Já um pouco avante, os delegados voltam a discursar sobre o assunto mais cobiçado da sessão, os documentos de trabalho, e a conversa ficou tão interessante que eles até esqueceram de discutir os temas da agenda. Os delegados redigiram dois documentos divergentes e a Colômbia se pronunciou insatisfeita sobre o assunto, chegando a acusar a delegação da Rússia e do Afeganistão de suborno para ter documentos assinados. A França pede ampliação do debate e se coloca como mediadora da situação e Moçambique acusa Afeganistão de hipocrisia por ser um dos países que mais maltrata mulheres no mundo.


A parte irônica foram as diversas acusações jogadas durante as discussões e as citações do óbvio enquanto, na realidade, ninguém estava procurando solução alguma, até o ponto em que a Nigéria observa como o debate está dando voltas, nenhuma solução está sendo apresentada e a discussão não chega em lugar nenhum e, dando uma luz ao debate que deveria estar sendo feito, a delegação nigeriana faz uma proposta de inclusão de mulheres na política para solucionar a problemática. Então, Armênia faz um pedido pelo fechamento da lista de oradores, que é rapidamente negado e questionado pela Espanha, que não entende o motivo do pedido e indaga se a solução seria a guerra, no qual a delegada argumenta que o debate que realmente produz resultados é aquele em que soluções são fornecidas.


EUA, Burkina Faso e Grécia se pronunciam sobre as discussões sem fim das delegações, com diálogos trancados, a necessidade de discutir de maneira fluída e respeitosa e a rixa que existe entre as delegações, a falta de cooperação entre os delegados não passou despercebido por ninguém presente na sala. Próximo ao fim da sessão, Rússia utiliza seu direito de resposta à Colômbia alegando que nada foi feito em segredo e sugere a junção dos documentos produzidos, China também se junta ao direito de resposta pelo discurso provocador da Colômbia e alega que não houve suborno mas sim, diplomacia.


Por fim, as delegações conseguem superar a crise e a moção a favor do documento de trabalho não é aceita, com direito a acusações de que alguns delegados estavam persuadindo outros a se abster na votação. A sessão terminou com um aviso da mesa para os delegados se manterem na agenda do comitê, além de ressaltar o decoro dos participantes que estavam se exaltando durante as discussões e falar novamente sobre os pronomes utilizados nos discursos, no meio de muitas farpas e discussões sem sentido, foi percebido que as delegações têm o leve costume de fugir de seus objetivos e levar algumas falas para o lado pessoal, porém costumes são difíceis de perder.


Definitivamente a conferência de imprensa deixou fortes impressões em todos nós, bom, visto que a maioria de vocês estavam presentes, não iremos nos alongar acerca dos ocorridos, porém não podemos deixar de pontuar duas coisinhas: a indireta diretíssima que o delegado da China mandou para o de Moçambique (alôôôô, Moçambique!), afirmando que o mesmo não estudou sobre o seu país e suas políticas públicas e sociais e no calor do momento da conferência, até acusações de agressão foram proferidas, mas, não precisa se preocupar, delegado, a equipe aqui averiguou e agressão alguma ocorreu, entendemos a sua preocupação, mas para o futuro, é sempre bom tomar cuidado com o que for levantado na frente de tantas pessoas.


As alfinetadas entre as delegações do CDH e do Onum também deram o que falar, a representante de Cuba do CDH indagou a delegação americana do Onum sobre as situações dos estados latinos que ocorreram devido ao imperialismo americana, mas é claro que a delegação americana não deixou barato e criticou a representante cubana por utilizar de hipocrisia quando a mesma cita a frase de um assassino (O que é irônico considerando que essa história veio dos estados unidos). A delegação da Rússia também não ficou atrás quando foi atacada diretamente por delegação do comitê de negócios, que alegou que não estava comprimindo com o seu papel ao defender um assediador, o qual argumento foi rebatido pela delegação russa ao argumentar que o diferente da empresa não estava atrás de lucros.


188 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page