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One Belt One Road, A Nova Rota da Seda

Autores: Henrique Saldanha e Lauro Braziliano - Observatório.

Keywords: New Silk Road; China; New World Order; Economy.

Abstract: The following text aims to show how China is planning to continue growing economically through building a New Silk Road, expanding its influence towards the rest of the world.


A Rota da Seda, conhecida e assim batizada no século XIX pelo alemão Ferdinand Von Richthofen, foi uma rota comercial que ligava a Europa Ocidental ao Extremo Oriente. Formada ainda no período pré-histórico pela dispersão de comunidades africanas, essa rota acabou se tornando um dos principais complexos comerciais e culturais da história. Através desse intercâmbio continental civilizações se construíram e se desenvolveram, incentivadas pela troca de tecnologias, pelo comércio e pelo constante fluxo cultural. Sua decadência se inicia com as invasões dos hunos nos séculos III e IV, caindo em desuso e, posteriormente, sendo substituída pelas Grandes Navegações.


Já num contexto de globalização, a China busca redesenhar essa antiga rota. O audacioso projeto One Belt One Road (Cinturão e Rota), anunciado pelo presidente Xi Jinping, tem como objetivo desenvolver dois eixos: a via terrestre, conectando a China ao norte da Escandinávia; e um corredor marítimo composto por rotas comerciais. Fora anunciado o investimento de US$ 124 bilhões (equivalente à R$ 488 bilhões) nessa nova estrutura que busca conectar a China à outras partes da Ásia, da África e da Europa. O projeto visa construir uma infraestrutura física e digital no eixo terrestre principal de 11 000 km e de 24 000 km no eixo marítimo. Além dessas duas rotas principais, existem outros “pequenos” projetos para desenvolver outras rotas adjacentes, como a via expressa Pequin-Moscou de 7 000 km, o corredor econômico sino-paquistanês de 2 000 km ligando a cidade chinesa de Kachgar ao porto de Gwadar no Paquistão, uma via férrea de 11 300 km ligando Alemanha ao sul da China e outras propostas de investimento e desenvolvimento.



No total, a iniciativa atravessaria cerca de setenta países dos continentes asiático, africano e europeu, englobando nada menos que um terço do PIB mundial e 65% da população do planeta. O Obor é o maior projeto econômico chinês desde a fundação da República Popular, sendo estimado que um quarto de todos os bens e serviços do mundo passem por ele, promovendo investimentos maciços em transporte, energia, rodovias, pontes, portos, gasodutos e outras obras de infraestrutura.


Através desses planos a China busca aumentar a sua influência ao redor do mundo, não só aumentando sua presença nos países conectados pela nova rota da seda, como abrindo espaço a execução do plano do governo chinês de transformar a sua moeda no que o dólar é hoje. A ideia de expandir as possibilidades de comércio está ligada ao intuito de alcançar a hegemonia do sistema internacional que hoje ainda se encontra na mão dos E.U.A. Portanto, é possível compreender que esses planos não envolvem apenas a questão comercial, mas sim a exportação da cultura chinesa e o aumento de seu soft power ao redor do mundo, pontos estritamente necessários para se alcançar a verdadeira hegemonia.

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