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OBSERVATÓRIO | Maria Júlia Silva

A história da economia cubana: Entre desafios internos e pressões externas

Discutir a economia cubana pode ser uma tarefa delicada, dada a complexidade de sua história, frequentemente ignorada ou superficialmente analisada, levando a conclusões supérfluas sobre o atual regime na ilha. Há divergências de opiniões, que vão desde a alegação do fracasso total do sistema socialista, que supostamente teria levado os cubanos à pobreza, até a afirmação do êxito desse regime que seria limitado e sabotado por fatores externos. Neste texto, apresentarei a história de Cuba iniciando com a Guerra Hispano-Americana, aprofundando a chamada Revolução Cubana liderada pelos Irmãos Castro, até o cenário pós Guerra-Fria do país e os desafios socioeconômicos enfrentados, oferecendo uma breve recapitulação de sua história para nortear análises mais profundas da questões enfrentadas pela ilha.

 

 

Devido ao destaque de suas modernizadas plantações de açúcar e à geografia estratégica da ilha, que ligava a Espanha metrópole às suas colônias na América, a colônia espanhola de Cuba era extremamente preciosa para o Estado europeu. Por esse motivo, observando a série de processos de independência iniciados por antigas colônias europeias no início do século XIX, o país imperialista entrou em alerta, temendo que o mesmo ocorresse com uma das suas ilhas mais lucrativas. Sendo assim, a Espanha reforçou a presença de seu exército no território, o que postergou um possível conflito pela aquisição de sua independência, levando o país caribenho a ser uma das últimas colônias a garantir sua autonomia. A primeira tentativa de emancipação de Cuba foi uma revolta incitada pela elite açucareira cubana, que demandava maior liberdade política e econômica. O conflito se estendeu por dez anos (1868-1878) e, apesar de ter sido um oponente persistente, Cuba falhou na tentativa de independência. No entanto, a derrota não desmotivou os revolucionários. Na verdade, o entendimento por parte dos cubanos de que eles não detinham nenhum tipo de influência nas decisões políticas do próprio território somente fez crescer o desejo pela descolonização. Até que, em 1895, tropas rebeldes nacionalistas entraram em guerra contra a Espanha mais uma vez.

 

Ao longo desse segundo conflito por independência, os líderes rebeldes que haviam sido posteriormente exilados nos Estados Unidos procuraram apoio dos políticos estadonidenses, inicialmente sem muito sucesso. Contudo, os rebeldes utilizaram a mídia de maneira sagaz para obter o apoio dos Estados Unidos. Staten (2019) afirma que, com a ascensão do “jornalismo amarelo” nos Estados Unidos, os relatos da crueldade espanhola se tornaram um tópico constantemente abordado à medida que o público estadunidense começou a exigir que o presidente fizesse algo sobre Cuba. Juntamente com o Cônsul Geral dos EUA, General Fitzhugh Lee, o público pressionava ativamente pela intervenção dos EUA na guerra. No entanto, o presidente da época, William McKinley, não queria que os Estados Unidos se envolvesse neste conflito e aconselhou os rebeldes a aceitarem um acordo político sugerido pela Espanha, que a cada ano se tornava cada vez mais fragilizada devido às batalhas. Os rebeldes negaram a proposta. Com Cuba tendo negado o fim da guerra por uma via pacífica, McKinley tentou anexar a ilha caribenha oferecendo o valor de 300 milhões de dólares à Espanha, todavia, agora foi a vez da potência europeia negar um acordo. Após a recusa por parte da Espanha, McKinley cedeu à pressão tanto dos civis quanto dos políticos estadunidenses e declarou guerra à Espanha em 1898. Assim, os Estados Unidos se aliaram aos rebeldes e enviaram tropas navais para lutarem contra o império europeu. Apesar de perdas significativas, os estadunidenses conseguiram garantir a liberdade de Cuba. E, por causa da contribuição dos Estados Unidos, a guerra ficou conhecida como a Guerra Hispano-Americana.

 

É necessário ressaltar que, de acordo com diversos historiadores como David Trask e John Offner, a guerra estava tecnicamente ganha antes mesmo de os Estados Unidos interferirem no conflito, e que a intervenção da potência estadunidense não foi crucial para o processo de independência, apenas contribuiu para a aceleração da inevitável derrota espanhola. Outro ponto relevante a ser mencionado é que os estadunidenses já possuíam interesse em anexar Cuba ao seu território, por ser uma das maiores exportadoras de açúcar e estar localizada a poucos 170 quilômetros da potência norte-americana. No entanto, aos olhos da comunidade internacional, os Estados Unidos simpatizaram com a luta por autodeterminação de Cuba e a lideraram a independência, o que lhes conferiu grande parte do reconhecimento pela vitória do conflito em detrimento da participação das diferentes camadas da população cubana. Além disso, apesar de ter sido o país protagonista durante toda a guerra, Cuba não participou do Tratado de Paris — tratado realizado pós-guerra entre Estados Unidos e Espanha no qual o país europeu foi obrigado a entregar territórios aos estadonidenses — e nem foi beneficiada pelo documento. Após a guerra, os Estados Unidos também não permitiram que os rebeldes cubanos participassem das celebrações da partida dos espanhóis da ilha, alegando temerem que as comemorações da vitória se tornassem excessivas e resultassem em tumultos. Além disso, os Estados Unidos prescreveram uma série de artigos para serem introduzidos na constituição cubana de 1901 que davam a Cuba a condição de protetorado e garantia o direito dos EUA de interferir em sua política interna. A partir desse momento a ocupação estadonidense na ilha se firmava.

 

Staten, em seu livro, The History Of Cuba, evidencia algumas ações tomadas pelos estadunidenses assim que ocuparam a ilha:

 

Os militares dos EUA se apropriaram do Tesouro cubano e de suas receitas públicas. O exausto exército rebelde, que não havia sido pago, se desfez quando os Estados Unidos ofereceu-se para comprar seus equipamentos e armas. Também ofereceu a certos líderes rebeldes cargos bem remunerados dentro da nova estrutura administrativa(p. 41).

 

Em síntese, nesses primeiros anos de independência de Cuba, o país foi marcado pelos maciços investimentos estadonidenses na região, onde foram construídos hotéis, cassinos e restaurantes para incentivar o turismo. Produtos estadonidenses como Coca Cola começaram a se tornarem frequentes nas casas cubanas, assim como a  moda, arquitetura e música da grande potência. Ademais, os Estados Unidos investiram na produção de tabaco de Cuba e controlaram a produção de açúcar, tornando o país caribenho o maior exportador de açúcar do mundo. Os laços entre estadonidenses e cubanos estavam mais fortes que nunca, assim como a dependência econômica da ilha com a grande potência.

 

As reformas estadonidenses antecederam o crescimento econômico da ilha, mas também alimentaram o nacionalismo e o sentimento anti-ocupação. Isso porque enquanto havia diferentes marcas do mesmo produto enchendo as prateleiras e os olhos dos nativos, havia também a intensa corrupção de governantes, crises econômicas, retrocesso da educação, aumento do racismo contra afro-cubanos, crescimento da desigualdade social, segregação entre americanos e cubanos, a falta de influência da população no próprio país, entre outros mais. Diversos grupos como a Federación Estudiantil Universitaria (FEU) e o recém-criado partido comunista de Cuba conhecido como União Revolucionária Comunista (URC) — que em 1944 seria rebatizado de Partido Socialista Popular (PSP) — começaram a exigir líderes mais justos, maior intervenção do governo na economia e a queda da Emenda Platt. Para combater a mentalidade “esquerdista” — como descrita na época pelos EUA — emergiu o militar Fulgencio Batista.

 

Com o apoio do governo estadunidense, Batista, auto proclamado chefe das forças armadas, forçou o presidente provisório Ramón Grau San Martín a renunciar e nomeou Carlos Mendieta para a presidência. Nos próximos anos, Batista governou o país em segundo plano, usando presidentes fantoches e deu continuidade a uma tradição de corrupção e brutalidade de quase três décadas. Enquanto isso, os Estados Unidos evitaram opinar sobre o golpe militar. Não foi até 1944, com a reeleição de Grau San Martín, que Cuba foi liderada por um político sem influência de Batista que foi forçado a renunciar ao controle. O que não durou muito tempo já que, em 1952, Batista implementou seu segundo golpe. Nesse ponto muitos já haviam perdido as esperanças e não conseguiam ver como o governo de Batista seria derrubado. Tendo todos os seus opositores mortos ou desaparecidos, muitos temiam enfrentar o ditador. Mas havia uma parcela da população que ainda tinham esperanças e acreditavam em uma revolução, com os irmãos Fidel e Raúl Castro.

 

Durante anos, Fidel conseguiu reunir outros com o mesmo pensamento visando uma futura revolução. Trabalhadores, fazendeiros, estudantes, associações de mulheres cubanas e acadêmicos, mesmo com classes, educações, profissões e estilos de vida diferentes eram unidos por um ideal em comum. Eles só precisavam de uma oportunidade e, em 1955, ela apareceu. Confiante de que ele conseguiria permanecer na presidência, em 1954, Batista renunciou seu cargo, anunciou as eleições e, em maio de 1955, garantiu a anistia de prisioneiros - dentre eles estavam os irmãos Raúl e Fidel Castro. Essa ação se mostrou um grande erro de Batista que começou a ser atacado por uma série de agressivos discursos por parte de Fidel, enquanto isso Raúl foi ao México para preparar uma invasão armada à Cuba. No México, os revolucionários conseguiram fazendas e armamentos para treinarem para futuros conflitos, dentre esses revolucionários estava um jovem doutor argentino que viria a se tornar o segundo no comando da revolução, Ernesto “Che” Guevara.

 

No mesmo momento, em Cuba, estudantes cubanos, liderados por Jose Echeverría começaram a realizar protestos mais agressivos contra o governo Batista, que os reprimiam brutalmente. Muitos foram presos e outros mortos. Percebendo que o apoio dos estudantes seria crucial para a revolução, os irmãos Castros convocaram Echeverría para se juntar aos guerrilheiros no México. Além dele, Frank Pais, o líder do Movimento 26 de Julho, também foi ao México para preparar os detalhes para a batalha. Assim, em 25 de novembro de 1956, Fidel Castro, juntamente com 82 companheiros, partiram do México a bordo do iate Granma. Eles desembarcaram em Cuba em 2 de dezembro de 1956.


Figura 1 - Trajeto realizado pelas tropas rebeldes

Fonte: Wikipédia.


Após o desembarque, as forças rebeldes de Castro foram inicialmente derrotadas na região oriental de Cuba, mas Fidel e alguns seguidores conseguiram escapar. Com a ajuda de camponeses locais, eles conseguiram fugir e se refugiaram nas montanhas da Sierra Maestra. Durante a revolta nas montanhas, a rádio Rebelde transmitia a propaganda revolucionária, desempenhando um papel importante na disseminação das ideias do Movimento 26 de Julho. Em fevereiro de 1957, Fidel Castro reconheceu o papel da imprensa como crucial para a vitória e organizou uma entrevista com Herbert Matthews do New York Times, que apareceu no jornal em 24 de fevereiro. Isso ajudou a criar a imagem de Castro como um herói da resistência, consolidando sua posição como líder. O número de guerrilheiros nas montanhas aumentou, e os rebeldes obtiveram apoio de camponeses locais que se juntaram à causa. Outros jornalistas e escritores visitaram o grupo nas montanhas para relatar sobre a revolta.

Enquanto isso, em Havana, líderes da oposição, incluindo Echeverría, tentaram um ataque ao palácio de Batista. Em maio de 1958, Batista lançou uma grande ofensiva contra as forças de Castro nas montanhas, mas ela acabou sendo mal sucedida. O conflito se expandiu quando Raúl Castro liderou rebeldes para criar uma segunda frente na Sierra de Cristal, no norte de Oriente, em março de 1958. A suspensão do envio de armas dos EUA para o regime de Batista em março de 1958 e o apoio dos EUA a um embargo de armas tiveram um impacto significativo no conflito, enfraquecendo o atual governo. Em janeiro de 1959, após uma série de vitórias militares dos rebeldes, Batista foge de Cuba, permitindo a entrada triunfal de Fidel em Havana e o início de uma nova era na história cubana.

 

Por ser a imagem da revolução e ter os principais grupos revolucionários o apoiando, era claro que Castro seria o homem que assumiria a liderança de Cuba e estaria sob controle do processo de construção do novo governo. Em fevereiro de 1959, o primeiro-ministro Miro Cardona renunciou o seu cargo a Fidel. O gabinete variava de comunistas e não-comunistas, reformadores e revolucionários. Staten (2019, p. 90) afirma que “os seus objetivos iniciais eram diversificar a economia, enfraquecer a presença e influência generalizada dos EUA em Cuba e reduzir a tremenda desigualdade económica na ilha.” Algumas das primeiras medidas tomadas foram: a renegociação de contratos de trabalho, a venda obrigatória de terras vazias que estavam nas mãos de proprietários urbanos, leis contra as corporações estrangeiras, redistribuição de terras e o controle primário do Estado dos meios de produção.

 

Enquanto isso, as relações entre Cuba e EUA se tornavam cada vez mais delicadas, com os americanos apoiando grupos anti revolucionários em tentativas falhas de derrubar o regime. Foi nessa época também que devido a intensificação da influência comunista algumas figuras consideradas “moderadas” foram forçadas a renunciar cargos políticos e fugiram de Cuba por não concordarem ou temerem o que regime faria com os opositores como no caso de Hubert Matos que, mesmo tendo sido um guerrilheiro e ter lutado ao lado dos revolucionários na cidade de Sierra Maestra, foi condenado a vinte anos na prisão por fazer oposição às ideias pró comunistas do novo governo. Temendo a queda de seu governo por conta de opositores, Castro se tornou duvidoso. Por isso ele prezou a lealdade e união acima de tudo. Ele tinha ao seu lado aqueles em que confiava e considerava verdadeiros patriotas enquanto caçava aqueles que julgava serem “anti revolucionários” e representavam riscos à crescente comunista na ilha.

 

Na mesma medida em que a relação entre Cuba e Estados Unidos se intensificava em hostilidade, Cuba se aproximava cada vez mais da União Soviética. Enquanto os Estados Unidos impuseram um embargo econômico a Cuba como respostas da nacionalização em massa de todas as indústrias e comércios da ilha, os dois países marxistas assinaram um acordo comercial de cinco anos onde Cuba entregaria toneladas de açúcar anualmente em troca do petróleo bruto soviético e os soviéticos entregaram 100 milhões de dólares em créditos a Cuba para que essa pudesse se industrializar. A China e Europa Ocidental também eram grandes importadores de açúcar cubano na época. Entre 1959 e 1960, a economia cubana estava em fase de crescimento.

 

Na manhã de 15 de abril de 1961, os Estados Unidos de John Kennedy, acionou um grupo de bombardeiros cubanos exilados B-26, que atacou bases aéreas-chave em Cuba. Porém, a tentativa de desestabilizar Cuba foi falha visto que os danos às bases aéreas foram quase inexistentes. O ataque somente entregou a oportunidade de Fidel Castro enraizar ainda mais os ideais comunistas na mente dos cidadãos, e o permitiu identificar os opositores do seu governo que foram detidos e presos. A popularidade de Castro disparou entre os cubanos e os Estados Unidos foram humilhados pela opinião pública internacional. Dessa maneira, o evento só permitiu a Castro consolidar seu poder e ter razões para convencer a relutante União Soviética à decisão de colocar mísseis nucleares em solo cubano em segredo, o que posteriormente levaria ao episódio chamado de Crise dos Mísseis, onde os Estados Unidos responderam com um bloqueio naval ao redor de Cuba, levando a tensões extremas e o temor de um confronto nuclear pressionando a União Soviética a retirar os mísseis do solo cubano — o que abalaria a relação entre Cuba e URSS. Em 1962, os Estados Unidos retiraram Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA) e pressionaram aliados a encerrarem qualquer tipo de comércio com a ilha.

 

Entre 1959 e outubro de 1962, Cuba sofreu uma enorme “fuga de cérebros”, com cerca de 250.000 cubanos, em sua maioria de classe média e alta, fugindo do país em busca de melhores oportunidades. Isso fez com que faltasse gestores qualificados para trabalharem nas indústrias cubanas que se tornaram a maior esperança do país para deixarem de depender tanto das plantações de açúcar. Contudo, essa tentativa foi falha e Cuba ainda dependia majoritariamente das suas plantações de açúcar para sustentar a economia e ainda assim isso não era o suficiente devido a contínua desvalorização do açúcar.  Externamente, Cuba procurou apoiar grupos revolucionários em países da América Latina, o que gerou tensões com a União Soviética, que preferia uma abordagem mais pacífica. Apesar dos seus esforços, os grupos revolucionários não alcançaram êxito, e o falecimento de Guevara em 1967 simbolizou o fracasso do componente externo do experimento radical. O que resultou em uma Cuba dependente da produção açucareira e enfrentando dificuldades para diversificar sua economia.

 

É interessante abrir um parêntese para salientar que apesar dos desafios econômicos encontrados, Cuba alcançou ótimos resultados, especialmente em relação a saúde e educação e cuidados com crianças. O país também foi responsável por enviar milhares de especialistas, como médicos, trabalhadores da construção civil e professores, para diversos países em desenvolvimento, o que lhe conferiu prestígio e respeito na África e em outras regiões.

 

Cuba pôde se ver verdadeiramente independente pela primeira vez em sua história com a ruína dos regimes comunistas na Europa Oriental e na União Soviética no início dos anos 1990. Porém, Fidel Castro rapidamente percebeu queo Estado não poderia se sustentar por conta própria e que essa nova liberdade não seria tão próspera quanto aparentava. Era preciso implementar novas medidas políticas e econômicas para se adaptar a essa situação imediatamente. Após o fim da Guerra Fria, Cuba passou por um período desafiador conhecido como "Período Especial", quando a ilha parou de receber subsídios da União Soviética e dos países do bloco comunista. Isso teve um impacto dramático nas Forças Armadas Revolucionárias Cubanas (FAR) que foi reduzida e tiveram que se envolver em atividades econômicas para gerar receita. Por esta razão, Cuba implementou mais reformas como a abertura para investimentos estrangeiros e a permissão para pequenas empresas privadas operarem no país.

 

Era esperado que, com a queda do comunismo na Europa Oriental e a dissolução da União Soviética, a relação entre os Estados Unidos e Cuba se tornasse mais pacífica, porém isso não ocorreu. Os Estados Unidos permaneceram com seus embargos econômicos. O Ato de Democracia Cubana, também conhecido como Lei Helms-Burton, foi aprovado em 1996, que permitiu aos estadunidenses processarem empresas estrangeiras que lucravam com propriedades expropriadas pelo governo cubano após 1959. A lei também permite os Estados Unidos processarem empresas estrangeiras que realizam negócios com Cuba. A suavização ou rigidez dos embargos econômicos podem fluir com o presidente vigente, como por exemplo com o governo de Barack Obama e Donald Trump que se diferenciam nesse quesito. Enquanto o primeiro relaxou minimamente os embargos, o segundo voltou a se tornar rígido neste quesito. Entretanto, nenhum deles, mesmo Obama, chegaram a retirar totalmente os embargos da ilha.

 

Em 2006, por conta de sua saúde frágil, Fidel renunciou ao seu cargo como presidente da República de Cuba e o entregou para o seu irmão mais novo, Raúl Castro. Mesmo após melhora do seu estado físico de Fidel, até seu falecimento, em 25 de novembro de 2016, Raúl permanece como líder de Cuba. Depois de mais alguns anos governando o país, Raúl renuncia o seu cargo a Miguel Díaz-Canel, atual presidente.

 

Durante toda a sua história Cuba se viu sob controle de alguma potência. Primeiro explorada pela coroa Espanhola, depois dominada pelos Estados Unidos e por fim necessitando do constante incentivo da União Soviética para conseguir manter o mínimo de estabilidade interna. Quando finalmente consegue sua autonomia, Cuba já se vê tão fragilizada que não há muito a ser feito com essa nova liberdade. Diversas reformas foram implementadas para amenizar os impactos sofridos pela economia extremamente dependente do açúcar, impedindo o país de se afundar ainda mais em seu estado crítico. Todavia, muitas dessas medidas foram insuficientes para revitalizar a economia do país. A transição para uma economia de mercado e as reformas políticas foram gradualmente implementadas, mas a persistência do embargo dos Estados Unidos tornaram improvável o seu desenvolvimento econômico. Assim, a história de Cuba se desenrola como uma luta constante, onde as amarras do passado moldam o caminho para um futuro incerto.

 

 

Referências

 

LATIN, A.; CENTER, A. Atlantic Council. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://www.atlanticcouncil.org/wp-content/uploads/2014/02/US-CubaPoll.pdf>. Acesso em: 24 out. 2023.

SIERRA, J. A. Fulgencio Batista, from Army Sergeant to Dictator. Disponível em: <http://www.historyofcuba.com/history/batista.htm>. Acesso em: 21 out. 2023.

STATEN, C. L. The History of Cuba. New York: St. Martin’s Griffin, 2015. Disponível em: <https://clubamistadcubausa.files.wordpress.com/2015/05/the-history-of-cuba-cliffor-l-stafen-ed-2003.pdf>. Acesso em: 20. out. 2023.

 

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